sábado, 9 de junho de 2012

Querida Elis



Eu ainda era uma garotinha no auge de minha inocência quando o conheci, Austin era um lindo garoto, tinha cabelos escuros como a noite e olhos da cor do Rio Negro. Nos conhecemos no clube aquático há muitos anos atrás.
Por ironia do destino começamos os estudos no mesmo colégio e conforme os anos se passavam sentíamos um amor recíproco. Aos 16 anos nos beijamos pela primeira vez e decidimos namorar. Fomos seguindo juntos até os 18, quando o inesperado aconteceu: Austin sumiu e após vinte e um dias de busca seu corpo foi encontrado retalhado num bosque próximo à Franca.
Sem expectativa de vida e noites mal dormidas, minha mãe pediu para que eu fosse morar com os meus avós, então arrumei as malas e parti. A casa ainda estava como na minha infância e isso me fez sentir em casa. Ao deitar na cama, decidi não dormir para não incomodar os meus queridos, fiquei pensando como seria a minha vida daqui pra frente. No meio da madrugada percebi que uma luz foi acesa e fui ver o que acontecia. Minha avó passava mal, então decidi com meu avô que eu a levaria no hospital.
Chegando lá, fomos rapidamente atendidas e levaram a minha avó para fazer uns exames e eu fiquei esperando no corredor. Ouvi um sussurro no outro lado do corredor e fui verificar o que era, JURO POR DEUS QUE ERA O AUSTIN! Estava horrível, como quando encontraram seu corpo no bosque e num desmaio caí subitamente. Acordei numa cama do hospital com ele ao meu lado, já com sua linda aparência novamente e ele me disse: - Não acha que já passamos muito tempo longe? Venha querida Elis, junte-se a mim, sinto a sua falta! - E deu uma tesoura em minhas mãos, cravei a tesoura em minha garganta e concretizei o pacto de sangue que fiz no vigésimo dia que o meu amado havia sumido.
Depois disso, encontrei Austin, mas logo ele se transformou no demônio que tortura minha alma dia após dia durante tantos anos para que eu acabe com as vidas que ainda habitam a terra e agora que você sabe da minha história, estou indo em sua busca para te torturar até o fim de seus dias.

Daisy Barbosa N°9

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