domingo, 10 de junho de 2012

Herança Maldita


Fevereiro de 2012 é uma temporada de muitas mudanças para Vitor, que tem 17 anos e se depara com dificuldades na sua vida com seus pais e o retorno das aulas, que já esta próximo, mas novos obstáculos estão por vir.
Decididos sem repensar, Helena e Antônio (pais de Vitor) querem fazer mudanças no processo de educação de seu filho, a melhor maneira de fazer isso é mudando-o de cidade e consequentemente de escola, pois Vitor andava com más companhias e sempre nervoso por motivo algum.
Vitor inicialmente não gostou nada da ideia, mas depois teve que aceitar, porque ouviu seus pai dizendo o próprio filha só acrescentava problemas para suas vidas, além de despesas e suas vidas profissionais (seus pais são advogados criminais). Vitor decide partir rapidamente, pois estava triste por tais palavras e não receber ajuda de ninguém para se tornar uma pessoa melhor, pensou que se fosse morar com seus avós no interior de São Paulo, eles poderiam ajudá-lo a melhorar seu comportamento, até porque Vitor estava preocupado com seu futuro.
Chegou até a casa de seus avós, entrou rapidamente para não ter que se despedir de seu pai que havia o levado até a cidade. Passaram-se meses e Vitor frequentava a escola, mas dessa vez não possuía amizades, era solitário, e fazia o mesmo caminho todos os dias, de casa para escola, da escola pra casa, essa rotina só era modificada quanto tinha que ajudar seu avô em uma pequena parada de caminhoneiros que ele portava, era a principal parada de caminhoneiros, pois cruzava ficava na cidade que ficava na rota de interligação de São Paulo com outros estados. O trabalho não era de muito agrado para Vitor, mas trabalhava para “curar-se” do tédio e ouvir algumas histórias de caminhoneiro, até que uma dessas histórias despertou a curiosidade Vitor da quietude que ele permanecia desde quando chegou á cidade. Certos mistérios cercavam a cidade, caminhoneiros anunciavam que vários de seus colegas viajantes estavam desaparecendo quando chegavam a cidade, nem mesmo o corpo destes viajantes eram encontrados, a policia se envolveu no caso no inicio, mas parece que nenhuma solução foi encontrada. Vendo oportunidades de entrar em mais confusões, Vitor decidiu investigar de seu modo, foi encorajado depois que ouviu que a policia não estava mais envolvida, então teria a oportunidade de agir sem ter que se preocupar com outras repreensões.
Após todos irem embora, pediu para que seu avô entrasse, que ele mesmo irria terminar de fechar o bar. Aproveitou que estava sozinho e caminhou pela cidade para procurar respostas sobre o tal assunto que estava assustando toda cidade, até que avistou vários caminhões parados e decidiu correr até lá para ver se havia algo de suspeito. Quando chegou ao local, não havia ninguém, mas ele ouvia alguns passos leves e com sons de patas molhadas, ficou por um tempo preocupado, mas depois pensou que fosse apenas um cachorro vira-lata, até que... um tipo de lobo com os dentes pingando sangue saiu do labirinto feito de caminhões e olhou fixamente para Vitor, como se avaliasse seu comportamento antes de atacá-lo. Vitor olhou para os lados, tentando avistar alguém que o ajudasse, mas em um ato de desespero decidiu correr, o lobo o perseguiu ferozmente, com saltos fora da normalidade, até que um assovio alertou o lobo que regressou até o amontoado de caminhões. Vitor desconfiado decidiu parar e olhar o que estava acontecendo, então avistou um homem de capuz e com um tipo de foice que corria ao lado do lobo, sem o menor controle, pegou uma pedra que tinha visto no chão e a jogou sob o homem, tentando impedir sua fuga, mesmo assim o homem conseguiu correr e sair da vista de Vitor.
Assustado, Vitor chegou a casa e logo quando abiu a porta, deparou-se com sua avó sustentando seu avô nos braços, ele tinha um leve sangramento na cabeça. Indignada, a avó Suzana, perguntou ao neto onde ele estava Vitor deu uma explicação rápida e confusa e foi imediatamente socorrer seu avô, com o objetivo de levá-lo ao hospital da cidade.
Durante o caminho, Vitor ficou desconfiado, pois se lembrou da pedra e do homem que havia visto, mas depois tirou todas as ideias da cabeça quando se lembrou da explicação de sua avó em relação ao estado do avô. Ela disse que durante a ida do avô para casa, foi assaltado por um grupo de Jovens. Lembrou-se também rapidamente do que fazia em São Paulo antigamente, os atos rebeldes que faziam tão mal para aquelas vitimas.
Chegando no hospital, estranhou de inicio, por estar escuro e vazio, mas seu avô explicou que desde que era pequeno o hospital nunca foi muito frequentado. Correndo com seu avô nos braços pelo corredor com pouquíssima luz, parou sua trajetória de repente quando avistou no fundo do corredor novamente aquele lobo que havia tentado ataca-lo da outra vez.
Olhou para os lados novamente, mas uma intervenção de seu avô o deixou mais assustado ainda. Carlos, como chama o avô de Vitor, disse que já não havia mais tempo, que dessa vez Vitor teria que deixá-lo ali, que sua vez havia chegado, sem entender, Vitor exigiu explicações, então Carlos tentou explicar com todos os detalhes, mas rapidamente. Explicou que a família possui uma maldição, onde a Morte, é uma entidade que escolhe em cada região um humano que recebe o nome de CEIFADOR, e que este humano tem que designar o destino mortal de cada pessoa, e explica que a família de Carlos (e de Vitor automaticamente) sofrem dessa maldição de serem os Ceifadores da cidade, essa maldição foi executada durante o século XVIII, na época da escravidão e paralelamente a época da Inquisição. Disse também que seu tempo havia chegado, e que um legado já estava destinado á Vitor, que quando o Ceifador atual morre, aquele que possui o sangue verdadeiro da família será o próximo. Vitor primeiramente questionou porque seu pai não é próximo, então Carlos respondeu que o pai de Vitor, Antônio, recusou ser o ceifador, resistindo a todas as regras, por isso haveria de sofrer ainda mais que as outras pessoas, que quando obtivesse sucesso em algo, este sucesso seria rapidamente transformado em dor, foi nessa declaração que Vitor se lembrou de todos os problemas deu seus pais e ligou os pontos.
Não querendo mais sofrer e também não querendo fazer o mal para os outros novamente, Vitor ficou em completa indecisão, mas teve que aceitar, pois pensou que se aceitasse, teria um destino que antigamente não sabia se teria, aceitou porque ficou na incerteza se seria alguém na vida. Seu avô morreu em seus braços. Houve toda a parte funérea e meses depois Vitor retomou sua vida com o segredo de família, continuou morando com sua avó, mas saía todas as noites, como quando morava em São Paulo, mas agora era uma questão de destino, e por consequência toda noite se encontrava com um lobo com sangue nos dentes e fazia coisas que somente o próximo herdeiro saberia e teria a herança maldita.

Por: Lucas Rodrigues Costa F. Ferreira nº29

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