terça-feira, 27 de março de 2012

TRABALHO DE PORTUGUÊS: Análise do Realismo e Resumo do conto



Noite de Almirante (Conto de Histórias sem Data), de Machado de Assis


Sobre o conto:
O conto Noite de almirante foi publicado em 10 de fevereiro de 1884, no Gazeta de Notícias, Rio de Janeiro, e depois incluso na coletânea Histórias sem Data, do mesmo ano. Obra-prima machadiana, este conto tem por motivo o desencanto ou o desencontro amoroso, guardando a pungência de uma história tchekhoviana. É uma história de ilusão perdida. O conto estuda a volubilidade do amor no coração de uma cabocla. Presenciamos a ocorrência de um triângulo amoroso. As lembranças dos amores perdidos constituem uma fonte recorrente de sua ficção e elas lhe permitem uma pontuação lírica bem pouco usual nos textos do autor. No conto o autor substitui a amargura por uma doce melancolia.


Este conto, do início da segunda e melhor fase de Machado de Assis, traz muitas das marcas e preocupações do autor: a forte caracterização das personagens, a análise da volubilidade da alma humana, a influência dos fatores externos sobre a vida personagens etc. Como em várias outras histórias, em Noite de almirante a trama conduz todo o tempo a um inevitável desfecho trágico, mas que, diferente dos outros contos, não acontece, conferindo a este um sabor especial.


Narrado em terceira pessoa, o conto explora a temática do amor sob o ângulo machadiano: a fidelidade e a inconstância são marcas presentes.


Resumo:


Um jovem marinheiro chamado Deolindo Venta-Grande, se apaixona por Genoveva, três meses antes de saber que terá de fazer uma longa viagem que duraria cerca de dez meses em alto mar. Deolindo e Genoveva resolveram então fazer uma promessa de que iriam esperar um pelo outro na sua ausência. Feita a promessa Deolindo parte para sua longa viagem.
Dez meses se passaram e Deolindo volta para encontrar sua amada Genoveva, segue ate a casa onde ela morava com uma senhora chamada Inacia, e descobre que sua amada se apaixonou por um mascate José Diogo, e foi morar com ele, não muito longe dali. Depois de ouvir o que a velha Inacia tinha a dizer, Deolindo vai atraz de Genoveva para saber o que realmente tinha aconteceido com toda aquela paixão que ela sentirá antes dele partir, e a promessa? o que avia acontecido com a jura de amor que Genoveva tinha feito?
Chegando perto da casa de onde sua amada estava morando agora, avistou ela debrussada na janela, ela avistou Deolindo, e nao estava acreditando que era mesmo ele, depois de tanto tempo. Ela então o convida para entrar em sua casa e explica o que aconteceu, que ela se apaixonou por outro e que pensou que com ele não teria sido diferente, pois foram tantas paradas, tantas mulheres lindas, e porque não se apaixonar por uma delas?
Deolindo havia comprado em uma de suas paradas um par de brincos para Genoveva, e ela ficou surpresa com a atitude dele ter comprado algo para ela, ela acreditava que ele nem se lembraria dela durante a viagem, uma amiga de Genoveva chega então e também se surpreende com o acontecido.
Deolindo desolado, vai então para seu barco, ao chegar na praia, seus amigos perguntam como foi sua Noite de almirante, e Deolindo sem querer que eles saibam o que realmente aconteceu, responde somente com um sorriso de diz que foi legal.




Trechos do conto relacionados com o Realismo:


"Não sorria de escárnio. A expressão das palavras é que era uma mescla de candura e cinismo, de insolência e simplicidade, que desisto de definir melhor. Creio até que insolência e cinismo são mal aplicados. Genoveva não se defendia de um erro ou de um perjúrio; não se defendia de nada; faltava-lhe o padrão moral das ações. O que dizia, em resumo, é que era melhor não ter mudado, dava-se bem com a afeição do Deolindo, a prova é que quis fugir com ele; mas, uma vez que o mascate venceu o marujo, a razão era do mascate, e cumpria declará-lo. Que vos parece? O pobre marujo citava o juramento de despedida, como uma obrigação eterna, diante da qual consentira em não fugir e embarcar: "Juro por Deus que está no céu; a luz me falte na hora da morte". Se embarcou, foi porque ela lhe jurou isso. Com essas palavras é que andou, viajou, esperou e tornou; foram elas que lhe deram a força de viver. Juro por Deus que está no céu; a luz me falte na hora da morte..."
mostra o que ele fez por ela e o que ela não fez por ele.




"A resposta dele foi meter a mão no bolso e tirar o pacote que lhe trazia. Ela abriu-o, aventou as bugigangas, uma por uma, e por fim deu com os brincos. Não eram nem poderiam ser ricos; eram mesmo de mau gosto, mas faziam uma vista de todos os diabos. Genoveva pegou deles, contente, deslumbrada, mirou-os por um lado e outro, perto e longe dos olhos, e afinal enfiou-os nas orelhas; depois foi ao espelho de pataca, suspenso na parede, entre a janela e a rótula, para ver o efeito que lhe faziam. Recuou, aproximou-se, voltou a cabeça da direita para a esquerda e da esquerda para a direita."
mostra que mesmo tendo passado muito tempo ele não havia esquecido dela.


"A verdade é que o marinheiro não se matou. No dia seguinte, alguns dos companheiros bateram-lhe no ombro, cumprimentando-o pela noite de almirante, e pediram-lhe notícias de Genoveva, se estava mais bonita, se chorara muito na ausência, etc. Ele respondia a tudo com um sorriso satisfeito e discreto, um sorriso de pessoa que viveu uma grande noite. Parece que teve vergonha da realidade e preferiu mentir."
esse trecho tem relação com o Realismo quando o narrador conta que ele preferiu esconder a verdade ao ficar mal diante os companheiros.




integrantes do grupo:
Tatiane da Rocha
Maria Isabel
Samantha
Valdir
Eduardo

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