Resumo e análise do realismo no conto "Uns Braços" do autor Machado de Assis

Resumo:

             

            Este conto fala sobre Inácio, um garoto de 15 anos que mora com D. Severina e seu marido o Solicitador Borges, para quem o rapaz trabalhava como aprendiz a pedido de seu pai. Ele não tinha uma boa relação com seu patrão, pois fazia tudo ao contrário do que lhe era pedido por mera falta de atenção D. Severina o tratava com indiferença, talvez nunca nem observara direito no garoto.

                Um dia, de repente, Inácio passou a observar D. Severina, mais precisamente em seus belos braços que sempre estavam à mostra. Ele começou a se apaixonar pela mulher, que quando percebeu, passou a tratá-lo com cuidado e carinho.

             Após uma viajem do solicitador , D. Severina sonha com o rapaz e ao acordar no meio da madrugada, vai até o seu quarto para observá-lo e sem que ele perceba ela o beija. No retorno de Borges ele demite o garoto sem deixar ele se despedir de D. Severina e sem lhe dar uma explicação.

Análise do realismo:

"(...) - Onde anda com a cabeça que nunca ouve o que lhe digo? Hei de contar tudo a seu pai, para que lhe sacuda a preguiça do corpo com uma boa vara de marmelo, ou um pau; sim, ainda pode apanhar, não pense que não. Estúpido, Maluco. (...)".

Nesse trecho do conto, podemos observar que na fala da personagem há realismo, mas precisamente a veracidade, pois demonstra o que ocorre na sociedade sem distorcer ou ocultar os fatos.

"(...) O nosso Inácio não era propriamente menino. Tinha quinze anos feitos e bem feitos. Cabeça inculta, mas bela, olhos de rapaz que sonha, que adivinha, que indaga, que quer saber e não acaba de ser nada. Tudo isso posto sobre um corpo não destituído de graça, ainda que mal vestido. (...)"

Nesse trecho observamos um retrato fiel da personagem, com caráter, aspectos negativos e positivos, que são características do realismo.

"(...) D. Severina sentiu bater-lhe o coração com veemência e recuou. Sonhara de noite com ele, pode ser que ele estivesse sonhando com ela. Desde madrugada que a figura do mocinho andava-lhe diante dos olhos como uma tentação diabólica. Recuou ainda, depois voltou, olhou dous, três, cinco minutos, ou mais. Parece que o sono dava à adolescência de Inácio uma expressão mais acentuada, quase feminina, quase pueril. "Uma criança!" disse ela a si mesma, naquela língua sem palavras que todos trazemos conosco. E esta ideia abateu-lhe o alvoroço do sangue e dissipou-lhe em parte a turvação dos sentidos.

"Uma criança!" (...)."

Nesse outro trecho é possível observar o desejo que a mulher começa a criar pelo rapaz, no conto, ambos tem um ao outro como objeto de desejo/adultério, que é algo marcante no realismo.

Resumo e Análise de: Aline, Bruno, Daisy e Lorena.